A literatura brasileira é repleta de obras e autores que marcaram épocas. Os clássicos como Machado de Assis, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Jorge Amado moldaram a nossa cultura e continuam a influenciar novas gerações, sendo essenciais para a compreensão da sociedade e da identidade do Brasil.
Pensando nisso, criamos uma lista com dez livros clássicos da literatura brasileira que você precisa ler pelo menos uma vez na vida. Afinal, conhecer nossos escritores e escritoras é conhecer a nossa história e cultura. Venha conferir!
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- 5 livros que mudam a vida: leitura que transforma
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- Livros brasileiros adaptados para o cinema e a TV

Os clássicos da literatura brasileira
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) – Machado de Assis

Obra que inaugurou o Realismo no Brasil. Machado de Assis, com muito humor e ironia, apresenta Brás Cubas, um dos personagens mais populares da nossa literatura.
O “defunto autor” narra sua vida após a morte. Estranho, não? Pois é! Ele conta casos da sociedade do Rio de Janeiro do Século XIX e tem lembranças do que viveu, pois tem coisa que causa arrependimento, outras não.
Esse livro é fundamental para quem quer mergulhar na riqueza das obras de Machado de Assis. No entanto, não deixe de ler também Dom Casmurro e Quincas Borba.
“Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”. (trecho do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas)
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O Cortiço (1890) – Aluísio Azevedo

Um dos livros mais importantes do Naturalismo brasileiro, narra história de um cortiço (habitação coletiva) no Rio de Janeiro no final do Século XIX. É uma denúncia às péssimas condições de vida enfrentadas pelas pessoas humildes. Afinal, viver com várias pessoas em um espaço pequeno, para apenas outra ser beneficiada, significa algo que algo está errado.
Sendo assim, Aluísio de Azevedo nos mostra como a desigualdade, o convívio social e as relações de poder estão entrelaçadas. João Romão representa o capitalismo selvagem, onde o lucro e o crescimento pessoal estão acima de tudo.
É uma obra essencial para entender a sociedade carioca no final do Século XIX. Um lugar onde a pobreza precisa existir para que outros possam enriquecer.
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Dom Casmurro (1899) – Machado de Assis

Ambientado no Brasil do Segundo Império, o romance é narrado por Bento Santiago (Bentinho) em primeira pessoa e traz casos de ciúmes, suspeitas de traição e a paixão por Capitu.
Machado faz um aprofundamento na mente humana e transforma esse caso de suspeita de traição, loucura em uma das obras mais marcantes da nossa literatura, porque escancara os pensamentos, a insegurança, o desejo, a posse do ser humano.
Dom Casmurro (1899), ao lado de Quincas Borba (1891) e Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), compõe a “Trilogia Realista” de Machado de Assis.
“Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e dissimulada.” Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim”.
(trecho de Dom Casmurro).
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Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915) – Lima Barreto

Lima Barreto é um dos maiores escritores da língua portuguesa e sua obra marcou o Pré-Modernismo. No livro, ele narra a história de Policarpo Quaresma, um idealista apaixonado pela nação.
O personagem ama o Brasil. Para ele, o país é o mais rico, a cultura é a melhor de todas, a economia, a política, a agricultura são magníficas, a comida também. Ele enxerga um país perfeito, uma ilusão, um ideal de nação fora da realidade.
A obra é uma mistura da crítica ao idealismo com a realidade brasileira e as mudanças que o país passava naquele momento. Um clássico da literatura nacional que você precisa ler pelo menos uma vez na vida.
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Macunaíma – Mário de Andrade (1928)

Macunaíma é uma das principais obras do Modernismo. Mario de Andrade mistura humor, junto à crítica social, com um “herói sem caráter”, personagem único da nossa literatura.
Represente bem a identidade brasileira e valoriza nossa diversidade cultural. É uma obra atemporal que já teve diversas adaptações para o cinema e TV.
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O Quinze – Rachel de Queiroz (1930)

A obra retrata a grande seca que ocorreu no Ceará em 1915 e assolou outros Estados da região Nordeste. Com uma linguagem sensível e cru, Rachel de Queiroz escreve as dificuldades que passaram muitas famílias naquele período.
Logo, O Quinze, é uma obra fundamental para conhecer a literatura brasileira e mais a fundo o nosso país. Um clássico!
“E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-brava que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos, se arrastando e gemendo”.
(Trecho de O Quinze)
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Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus (1960)
O livro é um diário cru e emocionante de Carolina Maria de Jesus, onde ela fala sobre sua vida na favela. A obra abriu novos caminhos para a literatura brasileira, trazendo outra visão, escancarando descasos e desigualdades.
A escritora narrou sua história em forma de diário e mostrou ao mundo uma realidade cruel, vivenciada por ela e tantos outros. No entanto, é triste ver que anos se passam e nada muda. Ainda é possível ver a pobreza vivida por Carolina Maria de Jesus em milhões de brasileiros e brasileiras. Onde o povo pobre muitas vezes é esquecido e o abismo social parece só aumentar.
“Um operário perguntou-me:
– É verdade que você come o que encontra no lixo?
– O custo de vida nos obriga a não ter nojo de nada. Temos que imitar os animaes.”
Quarto de Despejo, Carolina Maria de Jesus

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Capitães da Areia – Jorge Amado (1937)

Jorge Amado descreve com maestria a vida das crianças abandonadas nas ruas de Salvador. Os meninos e meninas se aventuram, praticam pequenos furtos, brigam ao mesmo tempo que compartilham angústias, carência e solidão em uma cidade onde são invisíveis, onde foram esquecidos.
E quantos ainda não vemos nas ruas por aí? Isso é um sério problema social e um grande descaso com as crianças marginalizadas.
Pedro Bala, Sem-Perna e sua gangue são personagens que fazem até hoje parte do imaginário popular.
Assim, a obra se tornou um marco na literatura brasileira e até hoje é lembrada pela sua linguagem direta e história impactante.
“Nunca tivera uma alegria de criança. Se fizera homem antes dos dez anos para lutar pela mais miserável das vidas: a vida de criança abandonada. Nunca conseguira amar a ninguém, a não ser a este cachorro que o segue.
(Trecho do livro Capitães da Areia)
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Vidas Secas – Graciliano Ramos (1938)

Com personagens inesquecíveis como Fabiano e a cachorra Baleia, a obra de Graciliano Ramos mostra a luta pela sobrevivência no sertão.
Dessa forma, é um retrato poderoso e comovente da dificuldade enfrentada pelos retirantes sertanejos. Além disso, a linguagem seca, a fala, o silêncio nos trazem sentimentos de sofrimento e angustia.
O livro marcou época e cravou o nome de Graciliano como um dos maiores escritores de todos os tempos.
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Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa (1956)
Riobaldo narra uma epopeia sobre o sertão, seus mistérios e a complexidade da alma humana. Enquanto o jagunço filósofo conta casos de sua vida: aventuras, guerras, traições e paixões nós vamos acompanhando um livro imperdível para quem quer conhecer mais adentro nossa cultura.
A paixão por Diadorim, as guerras, as lutas. Tudo é descrito com uma linguagem única e fabulosa que Guimarães Rosa criou com maestria. Porque ele conseguiu juntar reflexões, paixões, questionamentos, com uma paisagem e lugar único do nosso país, o sertão.
O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.

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Reflexão Final
É muito difícil escolher apenas algumas obras, por isso a lista é apenas uma amostra da riqueza da nossa literatura.
Enfim, é claro que há muitos outros livros e autores magníficos que poderiam estar aqui. Lembrando que nosso objetivo não foi criar um ranking, e sim inspirar você a explorar e conhecer a diversidade da literatura brasileira.
Mas e você, qual livro achou que ficou faltando na lista? Conta aqui para a gente nos comentários!
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